domingo, 27 de janeiro de 2008


OS TRÊS SANTOS RISONHOS

A gargalhada é uma força tão transformadora que nada mais é necessário. Se você transforma sua tristeza em celebração, então será capaz de transformar sua morte em ressurreição.

Ouvi falar sobre três místicos chineses. Ninguém sabe seus nomes, eram conhecidos apenas como “Os Três Santos Risonhos”, pois jamais fizeram outra coisa – simplesmente riam. Eles iam de uma cidade para outra, ficavam no mercado e davam boas gargalhadas.

Essas três pessoas eram realmente lindas, gargalhando, suas barrigas sacudindo... Contagiava – todo o mercado ria... Por alguns segundos um novo mundo se abria.

Eles andaram por toda a China, simplesmente ajudando as pessoas a rir com eles. Pessoas tristes, raivosas, avarentas, ciumentas, todas começavam a rir com eles. E muitas pessoas sentiram a chave: você pode transformar.

Então, num povoado, aconteceu que um dos três morreu. Os moradores disseram: “Agora haverá um problema. O amigo deles morreu – eles terão que chorar”. Mas ambos estavam dançando, rindo e celebrando a morte.

Os moradores da vila disseram: “Isso já é demais. Que grosseria! Quando um homem morre é profano rir e dançar”.

Eles responderam: “Vocês não sabem o que aconteceu! Nós três estávamos sempre pensando sobre quem morreria primeiro. Este homem venceu, somos perdedores. Durante a vida inteira rimos com ele. Como podemos lhe dar o último adeus de outra maneira? Precisamos rir, curtir, celebrar”.

“Esta é a única despedida possível para um homem que gargalhou a vida inteira. Se não rirmos, ele rirá de nós e pensará: ‘Seus tolos! Então caíram outra vez na armadilha?’. Não o consideramos morto, pois como pode a gargalhada morrer, a vida morrer?”

Quando o corpo estava para ser queimado, os moradores da vila disseram: “Nós lhe daremos um banho, como prescreve o ritual”. Mas os dois amigos responderam: “Não, nosso amigo disse: ‘Não façam ritual algum, não mudem minhas roupas e não me dêem banho. Simplesmente me coloquem na pira funerária como estou’. Portanto, devemos seguir suas instruções”.

E então, quando o corpo foi colocado no fogo, aconteceu uma grande surpresa. Aquele velho tinha pregado sua última peça. Ele havia escondido muitos fogos de artifício sob suas roupas, e de repente aconteceram pequenas explosões. Todo o povoado começou a dar gargalhadas. Os dois loucos amigos estavam dançando e o povoado inteiro começou a dançar. Não era uma morte, mas uma nova vida, uma ressurreição. Toda morte abre uma nova porta.

Então, se você conseguir transformar sua tristeza em celebração, também será capaz de transformar sua morte em ressurreição. Assim, aprenda a arte enquanto é tempo.

Ioga: O Alfa e o Ômega